terça-feira, 20 de janeiro de 2015

REVERÊNCIA

A reverência é um tesouro que podemos descobrir quando estamos sós perante o Infinito.

Muitos já experimentamos esse sentimento ao contemplar as estrelas.

Quão expansivo, profundo e silencioso é o cosmos!

E como desperta a memória interior, trazendo-nos recordações sutis da nossa origem estelar!

A reverência dignifica o ser, eleva a consciência, prepara-a para mais amplos contatos.

Seria importante ensinarmos a reverência para nossas crianças...

Pelo exemplo belamente faríamos isso!

Se o céu noturno ativa em nós a reverência, podemos conscientemente despertá-la em outras situações.

Tal exercício, aparentemente sem importância, pode transformar radicalmente nossa vida e, por conseguinte, o mundo.

Experimentemos.

É preciso ousar sair dos esquemas automáticos das reações cotidianas e estar diante das situações de maneira única e renovada.

Por exemplo, perceber a água ao lavar as mãos, agradecer, reverenciar a Mãe Natureza.

Sentir a brisa, o calor do sol, o vento, a chuva, o frio e sempre agradecer, reverenciar.

Se o cenário nos abençoa com a fumaça dos automóveis, a sujeira, o barulho e o caos, também aí agradecemos, reverenciamos o Infinito ainda oculto e aprisionado na desarmonia, para que se ative, para que transmute e libere nossas cargas de sofrimento e ignorância.

A reverência surge da gratidão e da harmonia.

Cura e transforma os que a ela se unem; liberta a alma e lava-lhe o passado.

Que bela companhia!

Naveguemos na vida com ela e nela.

Sejamos como faróis a iluminar os mares tempestuosos da nossa civilização.

Se a mente diz que isso é pouco, que há muito para ser transformado no mundo e que os tempos urgem e que de nada adiantaria nos esforçar nessa direção positiva, sorria.

Apenas sorria com o coração, em silêncio e prossiga.

Assim se forma a corrente do bem.

Assim se unem mãos que oram e laboram por um futuro luminoso.

Assim, estranhos descobrem-se irmãos, iluminam-se as almas, prevalece o espírito!

Cósmica jornada!

O Infinito desvela-se aqui, em cada pequeno ato de amor...

Reverenciemos!

Simón Paz