quinta-feira, 29 de novembro de 2012

PAZ...

"Quando os bons forem maioria o mal há de se esconder de vergonha".
Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 11, item 12.

Para haver paz não basta aumentar o policiamento das ruas, melhorar a segurança dos prédios e casas, ou leis mais severas.
Paz não se cria por Decreto, ou Lei, nem com construção de mais presídios.
Paz é construção coletiva de um povo. Envolve uma prática constante de atitudes éticas e amorosas. Seja em que domínio de ação for: em casa, no trabalho, na rua, nas escolas, nas estradas...
Observo, com tristeza, que, por vezes, aquele que reclama da insegurança na cidade costuma ser partícipe, de alguma forma, daquilo que gera a violência.
Explico melhor... por exemplo, o empresário que remunera inadequadamente seu funcionário, quando poderia diminuir um pouco seus rendimentos e lucros em favor daqueles que fazem sua empresa produzir, está criando dificuldades na vida de seu funcionário, que tem suas oportunidades de desenvolvimento, via de regra, diminuídas, bem como de todos os que dependem dele para viver.

E como "desenvolvimento" pense, por exemplo, em estudos, não só profissionalizantes, mas também estudos que promovam expansão de consciência. Pense também em lazer e cultura, que advém da compra de livros, de idas ao teatro e cinema, a shows, possibilidades de viagens... Ou até mesmo no desenvolvimento de hobbies como os ligados a todos os tipos de artes e esportes.

Quando a alma se alimenta, aquietam-se os instintos mais selvagens. E a alma se alimenta do belo, das sutilezas, da bondade, daquilo que toca a sensibilidade, do amor. Vejo pessoas que reclamam da falta de cordialidade no trânsito e são os primeiros a não serem gentis quando dirigem seus carros.

Reclama-se da violência das ruas e estes mesmos, tantas vezes, educam suas crianças com tapas, gritos, humilhações, desprezo, indiferença. Tratam aqueles que lhe são subordinados com desprezo e impaciência também.
Por outro lado, vejo trabalhadores, que mentem, que não se comprometem, que detestam o que fazem, que não sentem nenhum tipo de vínculo bom e positivo com seus colegas de trabalho ou com seus empregadores.

Infelizmente, criamos uma sociedade imatura emocionalmente, individualista, que não quer assumir responsabilidades, que empurra para baixo do tapete os desafios sociais que precisam ser enfrentados de frente. Sociedade que cria indivíduos excluídos de todos os tipos e os empurra para longe. Que quer a paz vinda dos cassetetes e dos cárceres, mas não constrói a paz verdadeira, e possível, que só nasce na convivência generosa, amável, gentil. Quando se abrem portas, criam-se laços de confiança e amorosidade.

Criminosos e psicopatas precisam ser tratados longe da sociedade, sim, com certeza. E quanto aos indiferentes, aos gananciosos, aos narcisistas e aos insensíveis que ajudam a criar esse tipo de doença social? O que fazer?

Precisamos de uma nova pedagogia para a convivência, para o viver pacífico.
"Seja a paz que deseja ver no mundo", disse Gandhi! Mas vá além da paz do silêncio meditativo, pratique a paz na rotina de seu dia a dia, sendo o elo forte desse cordão de vida que a todos nós conecta.


Thais Accioly

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

CREMANDO AS TOLICES NO FOGO DO DISCERNIMENTO

Não se preocupe tanto com a eventual cremação do seu corpo.

Preocupe-se mais com a cremação do seu orgulho e de sua ignorância.

Queime suas tolices na fogueira do discernimento. E, depois, disperse as cinzas de suas ilusões no mar da vida...

Não será o tipo de morte - ou a transformação dos seus despojos densos -, que determinará a qualidade de seu viver, na Terra ou em qualquer outro plano de manifestação. Isso é determinado pelo que você pensa, sente e faz.

Fogo ou sete palmos abaixo do chão, nada disso tem a ver com a sua consciência imortal.

Não se prenda a nada disso!

Enterre apenas os seus medos e queime suas culpas.

Que fogo poderá queimar o eterno?

Que terra poderá cobrir o princípio imperecível?

Só o seu corpo poderá ser incinerado ou enterrado. Você, não!

Então, como estudante espiritual, por que você está tão preocupado com isso?

Seus estudos são só teóricos e não lhe dão certeza alguma?

Será que você nunca sentiu a pulsação do Eterno em seu coração?

Nunca sentiu o amor iluminando os seus dias?

Talvez você nunca tenha escutado o seu coração, só sua mente.

Por isso, sua luz ficou fraca e a dúvida capturou o seu raciocínio.

Eu não sei se você deve mandar cremar ou enterrar o seu corpo depois da morte. Aliás, o corpo é seu - e a dúvida também. Então, por que outro deve lhe dizer o que fazer?

O que sei é que se deve prestar atenção à vida e ao momento presente.

Cremar ou enterrar? Sei lá. O que isso tem a ver com sua consciência?

Você não é o corpo. Desde o momento em que você cair fora dele definitivamente, o planeta o absorverá de volta, de uma maneira ou de outra.

Seja "in natura", ou "flambado", os seus elementos físicos serão transformados pela alquimia planetária. Na natureza, nada se perde, tudo se transforma!

Enquanto vive no corpo, cuide bem dele, pois é seu parceiro de viagem terrestre. Mas, depois que sair dele, pense em outros planos de manifestação e decole para o infinito, sem medo.

Por enquanto, que tal viver o agora?

Queime a sua ânsia e enterre os seus dramas.

E, um dia, na hora certa que o Alto determinar, caia fora do corpo e voe bem alto, como espírito livre...

E deixe o corpo ser transformado em paz, seja no seio da terra ou purificado pelo fogo.

De toda maneira, ele voltará a fazer parte dos elementos planetários.

Assim como você voltará para as estrelas e aos espaços livres, em seu corpo de luz, podendo até mesmo brincar com os devas* do fogo, por aí...

Você é filho do Eterno e carrega o fogo estelar em seu próprio Ser.

Com a luz do sol em seus olhos, queime seus medos. E ilumine sua vida, aqui e agora!

Seja feliz, com corpo ou sem corpo, na Terra ou no Espaço.

Em qualquer lugar ou condição, o que vale é o que você pensa, sente e realiza. É o que você é. É o que faz consigo mesmo. O que importa é sua consciência!

Cremação ou enterro? Sei lá, tanto faz.

O importante é ser feliz**.

Então, seja.

Wagner Borges


(Resposta à pergunta de um leitor, preocupado se deveria mandar cremar seu corpo após sua morte)