sábado, 24 de dezembro de 2011

JESUS E O NATAL

Mesmo agonizando de dor, em seus últimos suspiros de vida, este ser celestial, tomado de suprema compaixão, promove três atos de amor a humanidade. Primeiro ele ampara sua mãe pedindo a um de seus discípulos que tome conta pessoalmente dela, dando a estes um laço de família espiritual entre mãe e filho – expande nossa visão de família puramente consangüínea. Depois liberta um ladrão que havia se arrependido de seu passado sombrio, dando a este esperança de uma vida após a morte e que pessoalmente estaria com ele – expande nossa visão de justiça sem compaixão. Por fim, pede diretamente ao Creador da vida que nos perdoe, clamando: - Pai eles não sabem o que fazem – expande nossa visão de amor.
Neste natal, vamos de fato homenagear o aniversariante do dia e não lustrar os nossos egos, reconhecendo a sua grandeza espiritual com gestos que de fato relembre seus ensinamentos. Vamos, por exemplo, fazer uma ceia sem sangue em nossos pratos, pois a paz do mundo começa com a nossa alimentação.
Paz, amor e fraternidade entre nossos corações.
(Cláudio César)

domingo, 18 de dezembro de 2011

LUZ E SEMENTES CONSCIENCIAIS

O Amor dos Iniciados!

Oh, Luz!
Mãe sutil dos homens e das estrelas.
O universo é tua vestimenta luminosa.
Cada ser é expressão do teu ser.
Cada estrela é um pensamento teu.
Cada vida é teu sopro vital.

Tu és a semeadora de sois.
Tu és a incubadora de vida, mesmo nos abismos.
Pitágoras falava de ti, sempre admirado.
Hermes Trismegistro te escutava na canção das estrelas.
Orfeu tocava a lira em tua homenagem.
Os grandes iniciados sempre te amaram.

Oh, Luz!
Vida secreta do coração...
Mentora sutil de tudo!
Tu és o sonho bom dos iniciados.
Mãe, vivemos em teu manto estelar.
Tu conheces o que cada coração sente.
Aqui e agora, nos juntamos aos iniciados de todos os tempos, e te agradecemos.
As esferas de Pitágoras, a sabedoria estelar de Hermes, e a lira de Orfeu...
Todos eles te admiraram. Eles te amaram tanto!
Inspirados neles, aqui e agora, nós te amamos também!

Oh, Luz!
Mãe de todos nós.

(Wagner Borges)

sábado, 10 de dezembro de 2011

PAPAI NOEL

É mais fácil explicar e a criança acreditar que o Menino Jesus existe do que existe o Papai Noel. Que o nascimento de uma criança está mais perto da realidade, do compreensível, do que o de um velhinho. Como será mais fácil para ela acreditar na cegonha que traz no bico um nenezinho do que um velhinho. A cegonha é a mesma como o Natal é o mesmo, mas do nascimento do Menino Jesus, o aniversariante cuja alegria enche os corações e faz as pessoas no mundo inteiro se abraçarem, se amarem e se trocarem presentes. O presente verdadeiro e melhor é o próprio Deus que fez-se criança para aproximar-se de nós. Isso não é lenda, é uma verdade histórica.

Há um humanismo ateu que emociona as pessoas anunciando e desejando um Natal maravilhoso, cheio de esperanças e alegrias, com grandes realizações pessoais e transformações sociais, porém não como dom e graça do Deus que se fez presente nascendo na história, mas como o mito do progresso construído sobre a onipotência da razão e da ciência tão inverossímil como a lenda do Papai Noel que as crianças acreditam viajar pelos ares em trenós puxados por renas, trazendo presentes para todos. Em ambas as perspectivas exigem-se o esforço pessoal e o comprometimento de todos. Com uma simples diferença. O cristão sabe que pode tudo com Deus e os outros. O ateu acredita que se basta a si mesmo com os outros, mas sem Deus.

Que o Papai Noel existe é claro, mas porque o Jesus do Natal existiu primeiro. Que ele é uma figura importante é claro, mas que está a serviço do personagem mais importante do Natal, que é Jesus.

Neste segundo domingo do Advento, no Evangelho de Marcos, João Batista aparece no deserto, vestido de pele de camelo, comendo mel e gafanhotos, declarando exatamente isso: “Depois de mim virá alguém mais forte do que Eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. Eu vos batizei com água, Ele vos batizará com o Espírito Santo – Mc 1,1-8).

Todo bom Papai Noel não cria confusão na cabecinha das crianças, mas se comporta como João Batista capaz de dizer-lhes que, menos ainda do que João, ele é um simples servo de Jesus. Jesus é o Emanuel, Deus conosco, que traz a graça e a salvação para todas as pessoas, e João é o seu mensageiro e precursor.

No deserto, João Batista é a voz que clama: “Preparai os caminhos do Senhor”. O advento nos propõe esta caminhada de conversão em preparação para o Natal. Uma conversão individual, comunitária, eclesial, social, que é sempre pessoal, porque exige tomada de consciência do próprio pecado, seja meu seja seu, com arrependimento e desejo de mudar, de melhorar, de transformar começando primeiro comigo mesmo e consigo mesmo, para depois sermos mensageiros das mudanças nos outros e no mundo.

Quando você vir um Papai Noel, lembre-se de João Batista, aquele que nos convida a prepararmos os caminhos do Senhor, com “vigilância e oração”, como nos foi proposto no domingo passado, 1º do Advento, e com “arrependimento dos pecados e conversão pessoal”, como nos propõe hoje este 2º domingo do Advento.

No Natal, Deus volta seu coração para nós na ternura de uma criança e convida-nos, a mim, a você e a todos, a convertermos nosso coração para Ele. Numa noite de Natal, na Catedral de Notre Dame de Paris, Paul Claudel sentiu chegar a fé. Ele se converteu na contemplação do mistério da Encarnação de Deus num Menino. Tornou-se em grande místico e escritor católico. Ele que disse ter mil razões para crer e mil razões para não crer, mas ele preferiu crer.

Dom Caetano Ferrari
Bispo de Bauru - SP

domingo, 4 de dezembro de 2011

É PROIBIDO

"É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.
É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,
Não transformar sonhos em realidade.
É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.
É proibido deixar os amigos
Não tentar compreender o que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.
É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,
Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você.
É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,
Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.
É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,
Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se desencontraram,
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.
É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,
Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.
É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,
Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.
É proibido não buscar a felicidade,
Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.

(Pablo Neruda)