terça-feira, 28 de junho de 2011

O QUE É VIVER BEM?

Um repórter perguntou à CORA CORALINA o que é viver bem?

Ela disse-lhe:

“Eu não tenho medo dos anos e não penso em velhice. E digo prá você, não pense.

Nunca diga estou envelhecendo, estou ficando velha. Eu não digo. Eu não digo estou velha, e não digo que estou ouvindo pouco. É claro que quando preciso de ajuda, eu digo que preciso.

Procuro sempre ler e estar atualizada com os fatos e isso me ajuda a vencer as dificuldades da vida. O melhor roteiro é ler e praticar o que lê.

O bom é produzir sempre e não dormir de dia.

Também não diga prá você que está ficando esquecida, porque assim você fica mais.

Nunca digo que estou doente, digo sempre: estou ótima.

Eu não digo nunca que estou cansada. Nada de palavra negativa.. Quanto mais você diz estar ficando cansada e esquecida, mais esquecida fica. Você vai se convencendo daquilo e convence os outros.

Então silêncio!

Sei que tenho muitos anos. Sei que venho do século passado, e que trago comigo todas as idades, mas não sei se sou velha não. Você acha que eu sou?

Posso dizer que eu sou a terra e nada mais quero ser. Filha dessa abençoada terra de Goiás.

Convoco os velhos como eu, ou mais velhos que eu, para exercerem seus direitos. Sei que alguém vai ter que me enterrar, mas eu não vou fazer isso comigo.

Tenho consciência de ser autêntica e procuro superar todos os dias minha própria personalidade, despedaçando dentro de mim tudo que é velho e morto, pois lutar é a palavra vibrante que levanta os fracos e determina os fortes.

O importante é semear, produzir milhões de sorrisos de solidariedade e amizade. Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça.

Digo o que penso, com esperança. Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor.
Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende.”

quinta-feira, 16 de junho de 2011

TEMPO

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

(Mário Quintana)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

JORNADA SEM FIM

O caminho da minha vida é sinuoso
É longo e estreito
Não tem iluminação e nem placa de sinalização
Os buracos aparecem de repente
E não nunca sei a sua dimensão.
Quando consigo, desvio,
Quando não dá, neles caio.

O caminho da minha vida é escuro
Tenho medo às vezes de sair dele.
Quando o Sol aparece,
Consigo ver os rostos das pessoas ao redor
Quando ao Sol se vai, nada vejo.
A escuridão toma conta da minha frente
E somente sinto o resvalar dos braços
E ouço o barulho dos passos.

O caminho de minha vida às vezes tem morros
Somente os percebo quando estou ofegante,
Pois algumas inclinações são imperceptíveis
Somente percebidas pelo som da respiração.

Algumas vezes paro para descansar
Procuro uma beira ou uma pedra para me sentar
E aí vejo as pessoas que estavam mais lá atrás
Passarem por mim seguindo para os seus destinos.
Levanto, sacudo a poeira e continuo caminhando.

Algumas vezes encontro caminhos cruzando com o meu.
Vejo pessoas interessantes passando por mim
Em direção ao seu destino.
Algumas delas me encantam
E experimento mudar o meu curso
Mas logo, algumas milhas à frente,
Percebo que aquele não é o meu caminho.
Aí tenho que retornar todo o trajeto
E retomar o meu destino.

Às vezes encontro pessoas
Vindo em sentido contrário ao meu.
Também me encanto e vou acompanhado-as
Até que percebo que estou retornando e não indo.
Elas seguem o seu destino
E eu tenho que, mais uma vez,
Refazer todo o meu trajeto de volta
Passando por lugares que já havia passado antes.

O caminho da minha vida é melancólico
Tem vezes que percebo que estou sozinho.
Todos se foram, ou estão muito à minha frente,
Ou estão muito atrás de mim.
Nessas horas dá vontade parar e ficar plantado ali,
Esperando alguém passar por mim para acompanhá-lo.

Outras vezes no meu caminho chove.
Nessas horas tenho que me abrigar
Em baixo de alguma árvore ou uma caverna
À beira da estrada para proteger-me da chuva.
Outras vezes vem um vento fortíssimo
Que insiste em jogar-me pra fora do caminho.

Algumas vezes saio do caminho e piso na grama,
Quando não tropeço na beira e caio abismo abaixo,
Tendo, nesse caso, que empreender uma força descomunal
Para retomar a estrada.

Algumas vezes passo por árvores frondosas cheias de frutas.
Paro de caminhar e subo nelas para me alimentar
São momentos bons, mas logo enjôo daquele fruto
E retomo a minha jornada.

O que me impressiona muito nesta jornada
São os caminhos que cruzam pelo meu.
Às vezes vejo pessoas tão felizes, sorridentes,
Famílias bem formadas indo por esses caminhos
E então me pergunto por que estou nesse caminho
E não naquele.

O caminho da minha vida é longo
Às vezes ele segue em linha reta
Nada acontece, nenhuma paisagem nova
Até que em uma curva qualquer
Toda a paisagem muda.

Tem vezes que no meu caminho
Encontro pessoas caídas e trôpegas
Tenho aquele ímpeto da ajudá-las
Dou-lhes meus braços, mãos e ombros
Mas logo elas desatrelam-se de mim e também seguem
Por uma curva em direção aos seus destinos.

Algumas vezes quero desistir de caminhar
Mas logo percebo, pelo intenso movimento da estrada,
Que não tenho opção. Preciso ir, seguir em frente
Na direção do destino, na jornada do sempre.

(Gideon Marinho Gonçalves)